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quarta-feira, 6 de junho de 2012

Culturas e religiões diferentes podem atrapalhar um casamento?

Vivemos em uma época em que as pessoas respeitam religiões e culturas alheias as suas com naturalidade, pois estas estão ligadas seja por meio do trabalho, estudo ou até mesmo amizade que não é interferida pela diferença de credo. Podem até existir discussões mas nada que acabe com o relacionamento entre amigos. Mas e quando falamos de casais com culturas e crenças diferentes?

Se interessar pelo diferente é normal de todo ser humano, porém não é fácil enfrentar diferenças culturais e religiosas á dois. As diferenças não estão apenas nos costumes, hábitos e fé, mas estão também ligadas ao comportamento familiar. Quando um casal de diferentes pontos de vistas se une, suas tradições e crenças também se ligam. E em muitos casos a rejeição da família ao parceiro, causa algumas dores de cabeça ao casal.
Um exemplo que posso citar aqui é o casal Denis Rocha Lopes e Aline Natsumeda, os dois namoram há três anos. Ela é descendente de orientais e de uma família tradicional, ele por sua vez é espírita e de uma família “moderninha”. Ambos sempre respeitaram e se dão bem com suas diferenças. “O legal de ser diferente é que quando conversamos sobre o assunto dividimos experiências e somamos aprendizado.” Revela Aline. Apesar de serem um casal jovem e “pra frente” os moços encontram dificuldades para que a família de Aline aceite Denis como um membro. “Por ela pertencer a uma família tradicional, o contato com a família é complicado, pois não pertenço à mesma religião e não tenho olhos puxados.” O desabafo de Denis mostra que mesmo estando na era da globalização, em que os mundos se encontram em redes sociais, onde diferenças culturais e religiosas se misturam pelas ruas ainda existe o preconceito. O fato de ele não ser oriental e nem seguir a mesma religião que a namorada ainda é visto como empecilho para que o casal seja de fato reconhecido pela família dela. Ela vai ás reuniões do centro espírita que Denis freqüenta sempre que tem tempo, mas ele não pode participar de nenhum evento religioso ou restrito a família. Percebi que quando a família se coloca como barreira o relacionamento, pode não acabar mas se torna mais árduo.
Quando pergunto ao casal sobre casamento formação de família e filhos, os dois têm a mesma opinião de que uma família só é de verdade se existe amor, respeito, compreensão das diferenças e cumplicidade. Que idealizam a criação de um filho em ambas as tradições, porque acreditam que religião é questão de escolha, se o filho não se identificar com nenhuma das duas ali apresentadas, concerteza existirá alguma que lhe complete. Mas quanto ao religioso preferem não discutir e planejar o enlace apenas no civil.

Para a téologa Patrícia Silva Trindade, os preconceitos são tão antigos quanto as tradições, por mais que estejamos inseridos em um mundo totalmente diversificado, existem muitas pessoas fechadas e fissuradas que não enxergam além daquilo que acreditam ser verdade absoluta, nem se quer pelo interesse de saber do outro. Para algumas pessoas o bom é só aquilo que é igual a si. Porém existem outros que se interessam pelo diferente, e quando esses formam casais, são a prova viva de que as religiões podem conviver sob o mesmo teto em paz cada um com seus rituais e crenças respeitando o espaço do outro. “É de extrema importância que para um relacionamento saudável, os parceiros tenham respeito mútuo pelos credos um do outro.” Patrícia acredita que pessoas religiosas têm como base e exemplo a família. E essa por sua vez só interfere em um relacionamento quando além da diferença religiosa existe também diferença financeira. “Para algumas religiões dinheiro é sinal de benções, portanto alguém menos favorecido economicamente não é abençoado, nem digno de entrar na família. Mas se este possui posses são feitas vistas grossas ás difereças.” Por mais que as crenças não sejam as mesmas quando há estabilidade financeira os preconceitos cessam pois o outro pode proporcionar conforto assim como a família proporciona.

Chegamos á conclusão de que se estabelecido um relacionamento por pessoas de diferentes culturas e religiões, além do sentimento é preciso ter força e determinação, para apresentar aos demais que não há nada de errado na formação desse casal desde que cada um respeite o espaço do outro e a família não interfira.





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